quarta-feira, 8 de agosto de 2018

II

Tenho medo de você quando
vira um corpo retorcido sobre a mesa
(só mais um corpo)
Tenho pena de você quando
de passos entortados
me diz que já não sabe chorar
Tenho raiva
quando você
quieto como o diabo
me rabisca a coxa
com canetinha vermelha
E tenho amor
por você
quando num tempo
que não admite fim ou começo
as crianças correm
na sua direção

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