segunda-feira, 30 de julho de 2018

Fábulalgoz

Fico muito presa fabulando quem queria ser e acabo não me sendo. que armadilha me imponho! o celular e o espelho: oponentes poderosos. tudo é imagem, auto-criação da personagem. não protagonizo o roteiro da minha vida, apenas agonizo, se bem quer saber! preciso me relacionar primeiro comigo. você me ensinou sem querer. tenho muito o que fazer. talvez sozinha eu consiga fazer todas as coisas... antes de morrer. talvez consiga ver as cores que eu via com você, ou algum outro. outro que não eu, que não eu pois já fui muitos outros e não eu mesma, o que muito estraçalha a vida de alguém... uma mulher que não sou eu. uma criança que não sou eu. quem sabe sozinha eu pare de ser todos esses que eu não cultivo, esses outros que eu nem reconheço, e que não podem simplesmente ser junto a mim. me toma essa exaltação, e meu ventre pulsa pelo próprio fogo. quero me dar à luz. talvez sozinha eu consiga.

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